Transição Socialista

O que a memória de Marielle exige de nós agora?

Marielle Franco deu a vida na luta contra o extermínio da população negra e pobre nas favelas, contra as remoções de casas nos preparativos da Copa e da Olimpíada, na luta contra a invasão de sua comunidade na Maré pelo Exército de Dilma em 2014, e, no último período, na luta contra a intervenção federal de Temer no RJ. Sua última função parlamentar e suas últimas palavras — texto para o Jornal do Brasil — foram contra a intervenção militar.

Por isso, se queremos fazer jus à sua memória, temos de seguir sua luta até as últimas consequências e dar uma resposta à altura, com uma reivindicação clara. Não é hora de discurso ou ciranda: é hora incendiar as ruas das grandes cidades todos os dias até que a intervenção federal seja cancelada. Esse é nosso plano de ação. Saber o que queremos e fazer de forma radical é fazer a nossa vingança.

A intervenção é símbolo máximo de todo o problema e é onde podemos efetivamente derrotar o governo. Ela é símbolo do Estado oficial, mas também do Estado paralelo (das milícias), que têm relação de mutualismo com o Estado oficial e se valem da intervenção para agir com mais impunidade (possivelmente executando a própria Marielle). Para botar um freio em Temer e nas milícias, só a ação radical das massas aponta saída.

Derrotar o governo significa empoderar a população; colocar a organização popular num novo patamar. Mas para isso temos de ter clareza de nossos objetivos e lutar radicalmente. Queremos sim punição exemplar dos mandantes e dos executores do crime, mas mais do que isso: queremos punição exemplar de todos os que têm a mão cheia de sangue de Marielle! Queremos a derrota do governo!

Marielle vive e só viverá na luta! Manter a luta viva, não sair das ruas até derrotar o governo!