Transição Socialista

Renault: não às demissões! É greve!

O corneta

A Renault demitiu 747 trabalhadores da sua fábrica de São José dos Pinhais (PR) e decidiu suspender o terceiro turno de trabalho. Como resposta, os trabalhadores entraram em greve!

Os operários da Renault estão firmes na sua disposição de não aceitar ataques às suas condições de vida: recusaram o programa de demissão voluntária (PDV) oferecido pela empresa, no dia 17/07; já haviam recusado, antes disso, proposta de redução de jornada de trabalho e salário em 25%, por tempo indeterminado; e agora entraram em greve contra as demissões.

É esse o caminho: não baixar a cabeça e forçar a Renault a recuar! Saudamos a disposição de luta dos companheiros, um verdadeiro exemplo para os metalúrgicos e para toda a classe trabalhadora brasileira nesse momento em que os patrões do país inteiro aproveitam a pandemia para cortar salários e empregos, com o apoio dos governos estaduais e do federal.

O caso dos operários da Renault é tanto mais revoltante porque uma lei estadual concedeu incentivos à fábrica, condicionados à manutenção dos empregos, mas, como é de costume, a lei escrita não vale nada quando o assunto é lucro da patronal! Muitos burocratas sindicais defendem o repasse de verbas do Estado pras empresas privadas como medida para supostamente “defender empregos”, mas essa grana a mais na mão da patronal não é garantia nenhuma de que os empregos serão garantidos.

A única garantia disso é a postura que os operários da Renault estão adotando: a firme e intransigente disposição de garantir o seu ganha pão. É preciso defender os empregos desde já, a partir dos locais de trabalho! Mesmo que haja recontratações depois, quando a demanda por automóveis for normalizada após o impacto da pandemia, elas serão feitas com um salário 20% menor que o de agora, e só em 2021, segundo a própria empresa! Diz a empresa que a medida “está alinhada com o projeto de redução de custos anunciado pelo Grupo Renault em maio, válido para todo o mundo”. Sim, os cortes na Renault não se limitam ao Brasil! Na verdade, começaram no país sede da empresa, na França, já em maio, com a tentativa de cortar nada menos que 4600 postos de trabalho! Isso só demonstra que a luta dos trabalhadores é a mesma em todo o mundo, na exata medida em que o ataque do capital às suas condições de vida é internacional.

Pra peãozada de todas as partes do mundo conseguir defender uma vida digna, de modo real e sem conversa fiada, é preciso garantirmos nosso salário e nosso emprego nos organizando em nossos locais de trabalho, seguindo o exemplo dos companheiros da Renault! Os patrões e os governos tão vindo pra cima com tudo, e no Brasil, em ano eleitoral, oportunistas vão chegar prometendo todo tipo de coisa pra gente. Mas a nossa classe sabe que é só através da nossa luta que garantimos nossa condição de vida!

TODO APOIO À GREVE DA RENAULT!