Transição Socialista

Hora extra leva peão à morte

O dirigente sindical Rabelo (Intersindical Instrumento) relatou para nós o acidente ocorrido na Coppersteel, Campinas.

R – O acidente foi num sábado para domingo (28/1), por volta das 2h. O trabalhador estava sozinho numa máquina, normalmente são dois trabalhadores. Por ordem da chefia ficou só um para o outro jantar. Aí aconteceu o acidente, e ele tava fazendo hora extra. Nós fizemos um dia de paralisação na segunda e, na terça todo mundo foi pro velório do companheiro. São três turnos e não teve trabalho em nenhum. A empresa fez um laudo dizendo que a culpa parcial é do trabalhador, não concordamos com isso. Teremos a perícia na fábrica junto com o CEREST pra ver as condições das máquinas. O ministério público tá junto com a gente nisso também.

OC – Recebemos muitas deúncias de assédio moral dos chefes para que seja feito hora extra

R – A maioria sabe que tem uma pressão da chefia no trabalhador, liga no celular dele pra vir fazer hora extra, chama três quatro vezes pra ele vir. Inclusive tem uma aqui em Campinas em que fizemos assembleia por conta disso, que é a Dana. Estamos em cima, batendo duro. Estamos tendo problemas com o chefia por pressão de aumento de produção, aumento de meta, aí acaba acontecendo esses acidentes.

OC- Estamos num momento de ataques fortes aos trabalhadores, vindos de cima. Como resistir a isso?

R – A reforma trabalhista tá muito forte. Aqui não implantaram ainda. Estão tentando, mas nós estamos em cima.. Em fábricas que nós estamos bem organizados, eles não implantam isso aí não. Mas nas que não estão, eles vão implantar sim. É preciso criar organização clandestina no chão de fábrica, com grupo de fábrica, pra combater isso.