Transição Socialista

O JOGO NÃO ACABOU!

A reforma da previdência não é ruim apenas porque vai fazer a gente trabalhar 10 ou 15 anos mais, pra se aposentar com menos. Ela também tende a fazer nossos salários caírem nos próximos anos, porque vai fazer muita gente acima dos 50 permanecer no mercado mais tempo, numa situação em que os desempregados e os desalentados, que deixaram de procurar emprego, já somam mais de 18 milhões.

Ou as centrais sindicais param o país agora, fazendo desses “dia de lutas”, como o 6 de agosto, verdadeiros pontos de partida para realizar assembleias nas portas das fábricas e passam a fazer paralisações de verdade, ou vamos trabalhar até morrer.

A reforma passou fácil no primeiro turno da Câmara, com 379 votos muito bem comprados por Bolsonaro. O governo contou com apoio de governadores e deputados que se diziam de oposição, mas que na hora da votação não se importaram tanto e aceitaram negociar nosso couro, como os de PT, PCdoB e PDT. [saiba mais em O que havia por trás da traição?]

Força, CUT e UGT esvaziaram as manifestações do dia 14 de junho, porque estavam com esperanças de recuperar o imposto sindical negociando com o governo. Enquanto algumas centrais cancelaram paralisações, outras simplesmente negociaram reposição de horas com os patrões, como fez a CUT no ABC. O Paulinho da Força, defensor declarado da reforma, chegou a comemorar o resultado da sua votação em primeiro turno.

Se, como tudo indica, as centrais sindicais nada fizerem para pressionar o Congresso e derrotar a reforma agora, na votação em segundo turno, vai se confirmar uma das mais graves traições da história do sindicalismo brasileiro.

A verdade amarga é que com os sindicalistas que temos hoje, estamos lascados. A maioria do nosso sindicalismo se acomodou a uma vida confortável decorrente de falarem manso com os patrões. Mas precisamos fazer cada trabalhador, cada peão, tomar de novo o sindicato nas mãos, senão vamos viver de derrota em derrota, contando as perdas e os danos. Chega de perder mais e mais sem nem conseguir reagir, amarrados e esperando que nossos acomodados “representantes” façam alguma coisa.

Leia também: Sindicatos: ruim com, pior sem eles?

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